domingo, 4 de novembro de 2012

Espaço, Teoria Social e Cidade


A crise urbana que se manifesta em quase todas as metrópoles e grandes cidades do mundo não é um mero problema decorrente da expansão do espaço urbano, da concentração populacional ou da complexidade da vida urbana contemporânea. A crise das cidades é parte integrante da crise estrutural do capitalismo. A dimensão urbana da crise não é mera manifestação de algo essencial - o espaço urbano é uma instância fundamental de reprodução da vida social, portanto sua processualidade contribui e, em parte, explica a crise mundial que vivenciamos há pelo menos três décadas. Ao contrário de um reflexo da crise do capitalismo, a crise urbana é parte integrante desta, tendo vínculos essenciais ainda com a crise do Estado e a crise ecológica. O processo de "explosão-implosão" urbana apontado por Henri Lefebvre no final da década de 1960 (em suas análises da relação cidade-campo) é já a indicação das estruturas em crise que culminam nos "assentamentos humanos ecológica e socialmente em colapso" estudados atualmente por Mike Davis. A dinâmica geral desse processo de crise e suas particularidades no século XXI são o foco de nossa investigação.